terça-feira, 13 de outubro de 2009

Moradores de Rua

Muito se fala em moradores de rua. Os jornais publicam que os órgãos competentes vêm trabalhando para remover essa horda, levando-os para abrigos da prefeitura. Nesses locais, “os moradores de rua” recebem todo o tratamento necessário para uma noite. Limpeza, alimentação, dormitório e outros cuidados. Porém, por força da legislação, esse nômade não pode ser obrigado a ficar no abrigo, voltando no dia seguinte para as ruas.
E por que isso ocorre?
Primeiro, precisamos distinguir os grupos: os que dormem na rua, os “moradores de rua”, os menores abandonados e os “pivetes” que vivem na noite.
Os que dormem nas ruas são trabalhadores que possuem família em bairros distantes, vivem de “biscate” e não tem condições de pagar transporte todos os dias para se locomover. São guardadores de carro, não registrados pela Prefeitura, catadores de papel e outros expedientes de igual valia. Digo isso por já ter conversado com várias pessoas deste grupo.
Os “moradores de rua” são pessoas que, por motivos econômicos ou emocionais, largaram suas vidas e destinaram-se ao anonimato e à miséria.
Os menores abandonados vivem de esmolas, que são revertidas em compra de produtos vendidos nas ruas de bar em bar, enquanto os “pivetes” são responsáveis por arrastões e outros furtos.
E o que é feito no choque de ordem? A simples retirada das ruas de qualquer tipo de morador sem que haja distinção dos grupos citados, nem um trabalho de socialização, fato que ocasiona a troca de bairro por esses grupos.
Como o choque de ordem só tem ocorrido nos bairros da zona sul, esses grupos migram para outras localidades e o Méier, notadamente, tem sido alvo de uma população de rua crescente, tornando-se um bairro dormitório para essas pessoas.
Enquanto os governantes não tratarem o problema, nos seus vários aspectos, com políticas sociais voltadas para cada caso especifico nada passará de maquiagem nos jornais e na TV.
São necessárias políticas sérias com maior número de asilos, programas de socialização, atendimentos específicos (com levantamento de dados das famílias desses “moradores de rua”), os motivos da mendicância e o encaminhamento aos órgãos competentes, no caso dos menores abandonados.
Se nada for feito, acabaremos andando nas ruas, literalmente, enquanto as calçadas serão tomadas como dormitórios.

Jayme Santos

Um comentário:

Adilson disse...

Ok, meu nobre amigo Jayme, concordo com você e no oportuno, aproveito para incrementar esse assunto.
Outro dia na Rua Jacinto, que aliás está uma vergonha para o Bairro do Méier, encontrei um casal em plena luz do dia (final da tarde), tendo relações cobertos por um fino lençol, para quem quisesse vê e mais adiante outros dois mendigos, defecando em frente a portões de moradoras, ora acho que já passou dos limites.
Somos forçados a conviver com isso?
Todos os dias, moradores daquela rua, discutem com eles, pedem para parar de fazer dalí uma baderna, vão na cabine da PM, que fica bem próximo, relatam suas angústias e nada é feito.
Deixo entaõ, uma pergunta aqui meu amigo Jayme:
E se fosse em frente a casa de nosso vereador ou presidente de nossa associação, o que já teriam feito?

Abraços!!!!!!

SOCOOOOROOOOOOOO!!!!!!!!!!